Já não é a primeira vez que o Alexandre fica doente. Até agora pequenos síndromes gripais e apenas com uma ida ao Serviço de Urgência Pediátrico e "virgem" de antibióticos (acreditem que nos dias que correm, é importante... estamos na era do abuso dos antibióticos). Mas desta vez foi algo intenso.
Febre alta mais de 3 dias (foram 5 no total), e sempre acima dos 39ºC, baixando apenas para os 38,5ºC sob efeito de paracetamol e ibuprofeno alternados. Ao fim do 2º dia notámos que se queixava da boca e ao espreitar, vimos uma pequena afta no lábio inferior. Foi gradualmente piorando, e ao final do 3º dia já era visível mais uma afta no lábio superior e notava-se as gengivas inchadas e vermelhas. Deixou de conseguir lavar os dentes. Pela dor e a sensibilidade das gengivas era tanta que sangrou só de passar a escova uma vez. Deixou de conseguir comer sólidos, apenas iogurtes ou purés a temperatura ambiente ou frescos (sopa, para esquecer). Não conseguia fazer uma inspecção da boca total porque ele não deixava, com dores. Falei com a pediatra por SMS, que me deu indicações face ao tratamento (manter paracetamol e acrescentar a nistatina) e ficámos com consulta agendada.
Dia da consulta, estávamos os dois de rastos. Uma noite horrível, a acordar a cada duas horas com dores. A gemer durante o sono. Nem o colo, ou o dormir comigo o acalmava a não ser nas últimas horas da madrugada, já vencido pelo cansaço. Assim que viu a pediatra entrou em modo lamúria e queria fugir. Mas a consulta até correu bem. Choroso, o que não é habitual, mas a verdade é que sempre que entra no gabinete está saudável e descansado. Curiosamente, deixou fazer a observação da boca sem qualquer problema, com ajuda da espátula. E confirmou-se o diagnóstico, estomatite aftosa.
Estomatite Aftosa, o que é?
A estomatite aftosa caracteriza-se por lesões inflamatórias da boca, aftas, que surgem principalmente na língua, bochechas e interior dos lábios, sendo por norma bastante dolorosas. Podem estender-se até ao interior da garganta (este era o ponto em que Alexandre estava na consulta), o que torna ainda mais dolorosa a alimentação. Também é comum gengivite, inflamação das gengivas, e pode ocorrer que espontâneamente sangrem. Pode surgir associada a várias situações, ser de origem multifactorial. Em particular "ataca" quando temos as defesas em baixo. Terá sido o caso do Alexandre, um síndrome gripal recente.
O tratamento difere de acordo com a sua origem, no caso do Alexandre assumiu-se origem fúngica, pelo que fez tratamento com nistatina, solução oral. O difícil claro, foi dar-lhe a solução oral. Muita palhaçada, muito amor e abraços, mas ao 3º dia já a tomava sem dramas (o ideal seria bochecar mas ainda não o sabe fazer). Uma semana e 2 dias depois de tudo começar, estamos sem febres, sem lesões visíveis mas ainda com gengivas sensíveis e inflamadas (sangrou todas as noites desde sexta) mas já tolera sólidos.
Foi uma semana dolorosa, para todos mas sem dúvida mais para ele. É difícil vê-lo sofrer e não poder fazer muito mais para aliviar a situação. Mas esta semana tivemos muito amor, muita maminha, muito contacto... pelo menos isso sei que fez a diferença para os três.
Os vocês pequenos também já passaram por isto?
Kiss kiss,
Catarina R.