#1 semana de repouso total
A semana passada fiz a eco das 32 semanas, de vigilância para monitorizar o crescimento deste rapaz, ou será melhor dizer, rapagão. Está no percentil 90, e como a obstetra me diz, todo ele é grande (ao menos é proporcional pensei eu). Até aqui tudo bem, apesar do tamanho grande, estruturalmente tudo normal com ele e com o meio onde está (claro que não é o ideal este percentil mas uma consequência provável das minhas glicémias menos controladas entre as 28 e as 32 semanas) tirando claro, o colo do útero. Apesar de uma das razões que motivou a minha ida cedo para casa ser um colo curto, parece que é preciso sempre relembrar a questão quando vou fazer as ecos... a médica nem ia fazer a medição, estava a comentar que tendo em conta a posição cefálica dele já era difícil de avaliar assim, até que eu comentei que há menos de 2 semanas era de 22 mm (avaliado na urgência na sequência de uma reacção alérgica que não consegui identificar origem mas que me provocou contracções). Abriu bem o sobrolho e disse que seria melhor avaliar. E pois foi. Em 13 dias passou de 22 mm para 12 mm... ora aquilo que separa o Vicente do resto do mundo era nada mais nada menos que cerca de 1 cm, o que aumentava substancialmente o risco de parto prematuro. Surge então a indicação para repouso total e fazer a maturação pulmonar para prevenir complicações caso ele nasça antes do previsto - consiste na administração de duas doses espaçadas entre 24 horas de um corticóide, neste caso a betametasona. Fui encaminhada para a urgência para iniciar a maturação e depois para casa.
A rotina cá em casa mudou drasticamente...
O Alexandre dorme sempre comigo, para evitar que me levante durante a noite e principalmente porque o pai não está em casa grande parte dela. De manhã visto-o ainda no quarto, descemos juntos para a sala onde tomamos o pequeno-almoço, e ele depois segue para a escolinha com o pai. Eu, fico deitada no sofá o resto do dia, levantando-me somente para ir ao WC ou para ir buscar comida... Já não cozinho nada, não faço lida doméstica a não ser dobrar a roupa quando estou no sofá. O Alexandre regressa depois de jantar e tomar banho nos avós, altura em que brinca um pouco na sala e depois vamos para a cama dormir (ele vai, eu lá ficou várias horas acordada). Brincar com o Alexandre é difícil porque ele quer dançar, brincar às escondidas, correr e eu mal tolero ficar sentada no chão ao pé dele... tenho-o convencido a montar puzzles no sofá ou a ler histórias na cama. Não é a mesma coisa, mas pelo menos sempre é algo que lhe dou.
Já estou mais do que saturada desta rotina claro, mas sei que é necessária se queremos garantir que este pequeno aguente mais umas semanas. Mas ainda há tanto por fazer. Tratar de roupa, preparar as malas para a maternidade, preparar o berço e a cadeirinha auto... Já para não falar que queríamos fazer a mudança para a casa nova mas comigo a um canto e com o pai a assumir os cuidados do Alexandre muito mais tempo, não lhe deixa grande manobra para fazer as remodelações em falta para nos mudarmos. Parece que os planos nos saíram todos furados.
E curiosamente, não sei se é por estar mais tempo de repouso, que agora tolero menos andar e subir/descer as escadas. Parece que fico com o dobro do peso quando me levanto e a barriga endurece automaticamente. Também as contracções surgem em algumas dessas alturas mas felizmente auto-limitadas e de fraca intensidade, pelo que as interpreto apenas como uma preparação para o grande momento. Esse que tanto queremos adiar.
Não sei quando chegas filho, mas a mamã anseia que permaneças mais um pouco no forno para chegares sem problemas... só mais umas semanitas.
Kiss Kiss,
Catarina R.
Como compreendo cada palavra. Desde as 29 semanas que estou confinada à cama e ao sofá.. na próxima semana completa 32 semanas e tem sido um suplício :( força para esta caminhada!
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