Mom's Life - diabetes gestacional e colo pequeno... uma gravidez não linear.

Hello,

Quem se recorda da gravidez do Alexandre? Fui apelidada de "grávida cadáver" no meu trabalho, tal era o meu aspecto de tanto vomitar... foram vómitos até cerca das 20 semanas durante todo o dia, sendo que geralmente só conseguia tolerar a refeição do jantar. Mas após essa fase, foi até uma gravidez tranquila. Desta gravidez, não vomitei, mas surgiram complicações que não esperava... 



Diabetes Gestacional, uma realidade


 Na 2ª consulta após as análises e eco do 1º trimestre, saio de lá com o diagnóstico de Diabetes Gestacional (ambos os meus pais são diabéticos por isso era um risco que já sabia que corria) e com um glucómetro para fazer medições 3 vezes ao dia. Ajustar a alimentação, que antes da gravidez era já à algumas semanas pobre em hidratos de carbono mas depois de saber da gravidez e dos enjoos todos voltei ao hidratos, porque era daquelas coisas que tolerava comer. Na primeira semana ainda tive alguns valores aumentados mas no final da segunda, consegui estabilizar e perceber os meus limites. Para já, controlados com a alimentação. Implica maior vigilância do crescimento do bebé bem como avaliações mais detalhadas como a eco cardio-fetal pelo risco aumentado de mal-formações pela diabetes.

Em casa desde as 16 semanas...


 Pelas 14 semanas comecei com umas dores estranhas no baixo ventre. Intermitentes, não muito intensas mas bastante desconfortáveis. Pelo final das 15 semanas tive um dia em que começaram logo pela manhã, sendo muito frequentes e mais intensas. Decidi passar pela urgência para despistar o que se passava. Excluí-se infeção urinária, carência de magnésio... tudo indicava que seriam contrações e que deveria de ficar de repouso o fim-de-semana e regressar ao trabalho normalmente na segunda-feira.

 Segunda-feira regressei à rotina e, depois de 4 horas seguidas de trabalho, as dores acompanharam-me desde o acordar, intensificando-se cada vez mais. Depois de sair do trabalho voltei à urgência e mandaram-me 15 dias de repouso para casa, sem me explicarem muito bem o que estaria por detrás das dores. Não fiquei convencida e agendei uma consulta de obstetrícia (não com a minha médica, que estava de férias, mas com uma de confiança), onde fui avaliada dos pés à cabeça. Despistámos outro tipo de infecções ou alterações da flora (por aqui tudo ok), e chegou-se à conclusão que as dores seriam do esforço e de desidratação mas foi descoberto algo mais. Tinha um colo pequeno, borderline. Confirmado com segunda observação médica ainda nessa consulta, o meu colo media 25 mm e teria mesmo que ficar em casa e iniciar progesterona. Fui reavaliada 10 dias depois pela minha obstetra e a primeira coisa que me disse foi "sim, é um colo pequeno mas para já não precisa de ficar internada". "Internada?!?"... ok, não é mesmo nada ligeiro. Estou desde então de baixa em casa com a vida mais limitada... não é repouso absoluto mas não posso fazer a vida normal. Com um colo pequeno há risco acrescido de um aborto tardio ou de um parto prematuro.

 Saio ocasionalmente mas não consigo (e não devo) fazer uma manhã de compras, ou andar a correr atrás do Alexandre. Torna-se muito desconfortável estar sentada no carro mais de 30 minutos ou mesmo sentada numa cadeira para fazer uma refeição. Basicamente, os dias em que me sinto bem são aqueles em que entro em modo "pácha" e não faço mesmo nada, alternando entre estar recostada ou deitada, e aí nem um desconforto ou sensação de barriga rija.


Tentar abrandar e a vida com um toddler


 Não é fácil, é o que vos digo. Dependo muito dos apoios da minha mãe, irmã e sogros. Infelizmente o Paulo foi submetido a uma cirurgia à zona lombar em Abril e também ele tem limitações. O maior problema do Alexandre é não poder dar-lhe colo... pede colo sempre que acorda, e fica sentado abraçado a mim até eu dizer que tem que ir pelo pé dele para baixo, que colo só quando estou sentada. Cada vez pede menos, o que também me custa...

 Tornou-se mais independente e muitas das suas ações e tarefas: entra e sai do carro sozinho, consegue ir ao wc na maioria das vezes só com supervisão, ajuda a sair do banho... aquelas pequenas coisas que se calhar eu estava a adiar inadvertidamente.

 Mas os momentos mais complicados são as birras. Parece que de repente se tornarão mais frequentes. Não sei se por estas alterações na sua rotina ou se por estar grávida, mas o que é certo é que se afincaram.


Estamos a caminho das 23 semanas e ainda nos falta um longo caminho para percorrer, mas com algum cuidado e paciência, tenho fé que irá correr tudo bem. Se tiverem alguma questão a fazer sobre o assunto, façam-no nos comentários :)


Kiss kiss,
Catarina R.



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