13 reasons why e o suicídio
[um heads-up, contém spoilers]
Ok, se não sabiam qual a trama que envolve a nova série da Netflix, se calhar pelo título chegam lá: o suicídio. Em particular o de uma jovem adolescente que, atormentada por uma série de circunstâncias más e outros adolescentes, estereótipos do liceu americano, decide suicidar-se. Não faz streaming do suicídio, mas previamente ao mesmo a rapariga decide documentar em cassetes (gostei muito desta detalhe old school, ainda mais porque esta semana a minha mãe arrumou as minhas cassetes e o walkman para trazer para minha casa) as 13 razões que a levaram ao suicídio, as 13 pessoas e as suas acções...
A série é envolvente. Cada episódio, um lado de uma cassete, uma pessoa, palavras ditas e gestos feitos que marcam a personagem principal de tal forma que nos leva a crer "ok, foi esta a gota de água" e afinal não, há mais. Os adolescentes são os estereótipos antigos e novos dos filmes de liceus americanos, não achei nada de diferente nem achei a performance dos miúdos brilhante... no entanto é fácil empatizar com algumas personagens. Gostei bastante do papel de Kate Walsh (que já conhecia da Anatomia de Grey e da Clinica Privada como Allison) como mãe de Hannah, que é uma mulher lindíssima e forte, aqui a representar uma mãe de coração destroçado, de rastos pela perda sem sentido ou justificação da filha.
Acabei por a devorar em dois dias, na altura em que o Alexandre estava doente e voltou a modo recém-nascido (mamava-dormia). Agora, claro está, apetece-me ir chatear os senhores do Netflix e dizer-lhes que não me podem dar assim todos os episódios de uma só vez e ficar num "cliff hanger"... mas lá terá que ser.
Apesar de ter gostado bastante da série, cá por casa trocámos impressões sobre os efeitos positivos e negativos da mesma sobre a população a que se dirige, maioritariamente adolescentes, quase todos eles com crises existenciais e muitos às mãos do bullying (nada bom, sofri disso e ainda não tinha nome e é difícil dar a volta por cima). Afinal até em mim despertou sentimentos que senti há mais de 15 anos. Agora imaginem serem um adolescente, a definir a sua identidade, a tentar afirmar-se perante os seus pares enquanto é ostracizado e até maltratado pelos mesmos, e ver esta série... Li alguns artigos, maioritariamente de jornais americanos, e o consenso entre eles é comum: pode fazer mais mal que bem. De facto as chamadas a linhas de apoio ao suicídio aumentaram mas concordo quando dizem que é perigoso glamorizar o suicídio de uma jovem e ainda para mais mostrar tão graficamente a cena. A comunidade de prevenção ao suicídio argumenta que este tipo de série vai incitar ao suicídio e existência de copycats. Para já felizmente não há nada relatado do género e espero sinceramente que não aconteça... mas não acredito. Há demasiada gente, miúdos e graúdos deprimidos ou loucos ao ponto de cometer este ato de violência para consigo próprios, tentando até mediatizar a mesma.
Mas tentando retirar uma mensagem positiva da série... temos que reflectir sobre os nossos atos e palavras. Porque tudo aquilo que fazemos impacta a vida de outrem e nem sempre sabemos o que se passa com os outros. Um apelo à amizade, à abertura de espírito, ao respeito, ao amor-próprio e pelos outros. Não atacar ninguém seja de que forma for... parece um pouco clichet e utópico, mas era tão bom se vivêssemos mais assim não era?
Kiss kiss,
Catarina R.
Queremos ver a serie mas ainda não conseguimos! Realmente é um tema bastante pesado e é algo com o qual nos devemos preocupar.
ReplyDeleteGostamos do blog e seguimos :)
Beijinhos**
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eu ainda nao vi a serie, mas é d eum livro que ja tem uns anitos, e quero mto ler, mas tb ja tou farta de ouvir falar (especialmente quando nao acho que esteja a glamorizar..) e nesse aspecto acho que ha uma serie que lida melhor com a cena de tenager/autoestima/bullying/suicido q é o my mad fat diary.
ReplyDeletehttps://rrriotdontdiet.blogspot.pt/
Acho que isto dará pano para mangas, como se pode ver pelo final... não conheço essa, vou espreitar!*
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